"Intermitente do Espetáculo": experiências possíveis para pensar o papel de políticas públicas no profissionalismo da música
DOI:
https://doi.org/10.36025/arj.v12i2.38861Palavras-chave:
Políticas culturais, Profissionalismo musical, Trabalho intermitente, Estatuto do Intermitente, Brasil e FrançaResumo
Este artigo apresenta o programa de estatuto Intermitente do Espetáculo, da França, como exemplo de formas de atuação estatal na cultura para regulamentar uma profissão. Para isso, apresenta um panorama sobre a história e contexto do estatuto, uma revisão sobre a noção de trabalho a partir das concepções clássicas de autores como Marx, Weber e Durkheim; e reflexões sobre profissionalismo a partir das contribuições de Becker e Freidson, políticas culturais no Brasil na perspectiva de Albino Rubim e José Carlos Durand, entre outros autores. Foram realizadas entrevistas com brasileiros imigrantes na França que foram incorporados ao estatuto para um relato de experiências, análise e considerações. Como conclusão, tensiona-se a atual proposta de atuação do governo federal brasileiro na proposição de editais para repasse de recursos financeiros como política única para cultura, evidenciando-se que a relação entre Brasil e França mostra outros caminhos e pautas sensíveis para o profissional da música.
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