“Qual é o meu conteúdo? Prostituição!”
sexo, dinheiro e visibilidade entre os trabalhos sexual e digital no Instagram.
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-5674.2025v12n23ID39009Palavras-chave:
Antropologia digital, Trabalho Sexual, Instagram, Amazônia, Marcadores Sociais da diferençaResumo
O uso das redes sociais por profissionais do sexo não é fenômeno novo, mas ao Norte do Brasil uma profissional conquistou especial notoriedade local, engajamento e milhares de seguidores ao divulgar detalhes cotidianos da sua rotina na prostituição. A partir de procedimentos metodológicos da antropologia digital, acompanhamos publicações desta profissional no período em que seu perfil estava em pleno crescimento no Instagram e, dos registros e transcrições de imagens e falas por ela divulgados em stories e posts, propomos uma análise de conteúdo que visa elucidar as estratégias com a qual ela constrói sua interação com seguidoras/es e cria narrativas sobre si e seu trabalho. Em sua produção de reputação e visibilidade, apontamos para como identidades e marcadores sociais são manejados em seu trabalho sexual realizado no trânsito entre o Norte e o Sudeste e analisamos os deslizamentos do trabalho sexual para o digital por ela operado em sua carreira.
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