Otelo de Shakespeare na escola
os clássicos da literatura e o anseio pela humanização das relações sociais
DOI:
https://doi.org/10.21680/1981-1802.2025v63n75ID39803Palavras-chave:
Ensino de literatura, Shakespeare, Pedagogia Histórico-Crítica, Formação da personalidadeResumo
Com personagens e situações marcantes, os clássicos da literatura oferecem modelos criativos de linguagem, exemplos de conduta a se imitar ou evitar e reflexões sobre o que a humanidade é e o que pode vir a ser. Em contexto escolar, torna-se necessário buscar critérios para que professores selecionem as obras, dadas a limitação do tempo escolar e as disputas por suas finalidades. Em vista desse problema concreto para a prática docente e para o campo de pesquisa sobre ensino de literatura, apresentamos, neste artigo, considerações teóricas que subsidiariam a escolha da obra A tragédia de Otelo, de Shakespeare, para trabalho no Ensino Fundamental e Médio. A peça foi analisada à luz da estética marxista de György Lukács, pela qual se percebeu a presença de personagens e temas e típicos da dialética entre humanização e desumanização, concluindo que a obra é esteticamente eficaz, proporcionando a possibilidade de o indivíduo “tornar-se outro” após seu estudo, consoante à Pedagogia Histórico-Crítica.
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