Os tempos de injustiça epistêmica nas dobras de “O papel de parede amarelo”
DOI:
https://doi.org/10.21680/1981-1802.2025v63n76ID41155Palavras-chave:
Injustiça epistêmica, Injustiça testemunhal, Injustiça hermenêuticaResumo
Este ensaio tem como objetivo analisar as diferentes interpretações que o conto O papel de parede amarelo, de Charlotte Perkins Gilman, recebeu ao longo do tempo, destacando como tais leituras contribuem para a compreensão do conceito de injustiça epistêmica e seus efeitos sobre o reconhecimento e a prática dos direitos em contextos sociais plurais. A partir das contribuições de Miranda Fricker, discutem-se dois tipos de injustiça: a testemunhal e a hermenêutica. Destaca-se que avanços teóricos, políticos e culturais possibilitaram novas leituras da obra, ampliando os recursos interpretativos disponíveis em cada época e evidenciando as limitações históricas no reconhecimento das experiências narradas. Ao articular literatura e teoria, o ensaio contribui para elucidar os mecanismos pelos quais preconceitos identitários limitam a inteligibilidade de testemunhos marginalizados e para refletir sobre a constituição gradual da justiça hermenêutica como virtude corretiva nos campos social e teórico.
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