INTER-RELAÇÃO DA POSSE DE PLANOS DE SAÚDE ODONTOLÓGICO PRIVADO E DA RENDA IMPACTANDO NA SITUAÇÃO DE SAÚDE BUCAL: UMA ANÁLISE DOS DADOS DA PNS 2019

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/2446-7286.2025v11n1ID37624

Resumo

Introdução: A construção dos serviços de saúde odontológicos foi conflituosa no Brasil. É necessário esclarecer a verdadeira contribuição dos diferentes serviços para a melhoria geral do panorama da saúde bucal, já que fatores individuais, combinados com o tipo de assistência recebida, podem modular a condição de saúde. Objetivo: Este estudo visa analisar como a posse de plano odontológico e a renda impactam a perda dentária. Metodologia:  Foram utilizados dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, para adolescentes, adultos e idosos. As análises de dados complexos foram feitas com auxílio do Software SPSS IBMS Statistics, aplicando tanto análises descritivas como modelos de regressão logística binomial e Poisson. Resultados: Análises multivariadas mostraram que a posse de plano odontológico não teve impacto significativo na perda dentária quando ajustada para outros fatores, enquanto variáveis como sexo, raça, escolaridade e renda foram fortemente associadas à perda de dentes. Destaca-se que mulheres, pessoas não brancas e de baixa renda apresentam as maiores perdas dentárias. A análise de Poisson indicou que fatores socioeconômicos, como baixa renda e menor nível educacional, contribuíram para uma maior quantidade de dentes perdidos. Conclusões: A posse de um plano odontológico pode ajudar a manter a saúde bucal, mas a influência da renda continua a ser um fator crucial.

Palavras-Chave: Saúde bucal; Seguro Odontológico; Perda de dente; Desigualdades de Saúde; Determinantes Sociais da Saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sophia Queiroz Marques dos Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Mestre em Saúde Coletiva, Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva/UFRN.

Angelo Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira, Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Pós Doutor em Saúde Coletiva, Coordenador do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva / UFRN.

Referências

Petersen PE, Ogawa H. Strengthening the prevention of oral diseases: The need for a global strategy. Community Dent Oral Epidemiol. 2012;40(1):1–6. https://doi.org/10.1111/j.1600-0528.2011.00622.x

Macinko J, Starfield B. Primary health care and equity in Brazil. Int J Health Serv. 2002;32(1):103–20. https://doi.org/10.2190/7C1R-2CP8-TG0Y-9H3X

Frenkel J, Paim JS. Acesso e qualidade na saúde pública: Uma análise da disparidade regional. Saúde Soc. 2005;14(2):45–58. https://doi.org/10.1590/S0104-12902005000200005

Brasil. Lei nº 14.572, maio de 2023. Brasília: Presidência da República; 2023. https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=2271499&filename=Tramitacao-PL%208131/2017

Castro CS, Almeida CA. A expansão dos serviços de saúde suplementar no Brasil: Aspectos econômicos, territoriais e de recursos humanos. Rev Bras Saúde Pública. 2005;41(2):163–70. https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000200003

Carreiro DL, Souza JGS, Coutinho WLM, Haikal DS, Martins AMEBL. Acesso aos serviços odontológicos e fatores associados: estudo populacional domiciliar. Ciênc Saúde Colet. 2019;24(3):1021–32. https://doi.org/10.1590/1413-81232018243.04272017

Brasil. Ministério da Saúde. Dados e Indicadores da Saúde Bucal. Brasília: Ministério da Saúde; 2024. https://www.saude.gov.br

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Gastos e Consumo das Famílias Brasileiras Contemporâneas. Brasília: IPEA; 2023. https://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/3253/1/Gasto%20e%20consumo%20das%20fam%C3%ADlias%20brasileiras%20contempor%C3%A2neas%20-%20v.%201.pdf

Gerschman S, Ugá MAD, Portela M, Lima SML. O papel necessário da Agência Nacional de Saúde Suplementar na regulação das relações entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços. Physis. 2012;22(2):463–76. https://doi.org/10.1590/S0103-73312012000200004

Silva JV, Machado FCA, Ferreira MAF. As desigualdades sociais e a saúde bucal nas capitais brasileiras. Ciênc Saúde Colet. 2015;20(8):2539–48. https://doi.org/10.1590/1413-81232015208.12052014

Szwarcwald CL, Malta DC, Pereira CA, Vieira MLFP, Conde WL, et al. Pesquisa Nacional de Saúde no Brasil: concepção e metodologia da aplicação. Ciênc Saúde Colet. 2014;19(2):333–42. https://doi.org/10.1590/1413-81232014192.14072012

Peres MA, Barbato PR, Reis SCGB, Freitas CHSM, Antunes JLF. Perdas dentárias no Brasil: análise da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal 2010. Rev Saúde Pública. 2013;47:78–89. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2013047004226

Lucena EHG, Silva RO, Barbosa ML, Araújo ECF, Pereira AC, Cavalcanti YW. Influence of socioeconomic status on oral disease burden: a population-based study. BMC Oral Health. 2021;21(1):608. https://doi.org/10.1186/s12903-021-01970-w

Santos IF, Netto L. Implication of multiplicity of assignments on women’s health. Res Soc Dev. 2021;10(12):e376101220415. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i12.20415

Bernardino ÍM, Barbosa KGN, Nóbrega LM, Cavalcante GMS, Ferreira EF, d’Avila S. Violência contra mulheres em diferentes estágios do ciclo de vida no Brasil: um estudo exploratório. Rev Bras Epidemiol. 2016;19(4):740–52. https://doi.org/10.1590/1980-5497201600040005

Tramice A, Paris D, Manca A, Guevara Agudelo FA, Petrosino S, et al. Analysis of the oral microbiome during hormonal cycle and its alterations in menopausal women: the "AMICA" project. Sci Rep. 2022;12(1):22086. https://doi.org/10.1038/s41598-022-26528-w

Bortoli FR, Moreira MA, Moretti-Pires RO, Botazzo C, Kovaleski DF. Percepção da saúde bucal em mulheres com perdas dentárias extensas. Saude Soc. 2017;26(2):533–44. https://doi.org/10.1590/S0104-12902017162160

Njoku A, Evans M, Nimo-Sefah L, Bailey J. Listen to the Whispers before They Become Screams: Addressing Black Maternal Morbidity and Mortality in the United States. Healthcare (Basel). 2023;11(3):438. https://doi.org/10.3390/healthcare11030438

Terra ES, Diaz-Quijano FA, Barros MBA, Lima MG. Race (black-white) and sex inequalities in tooth loss: A population-based study. PLoS One. 2022;17(10):e0276103. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0276103

Northridge ME, Kumar A, Kaur R. Disparities in Access to Oral Health Care. Annu Rev Public Health. 2020;41:513–35. https://doi.org/10.1146/annurev-publhealth-040119-094318

Mendenhall E, Newfield T, Tsai AC. Syndemic theory, methods, and data. Soc Sci Med. 2022;295:114656. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2021.114656

Cortez GFP, Barbosa GZ, Tôrres LHN, Unfer B. Razões e consequências das perdas dentárias em adultos e idosos no Brasil: metassíntese qualitativa. Ciênc Saúde Colet. 2023;28(5):1413–24. https://doi.org/10.1590/1413-81232023285.01632022

Fertonani HP, Pires DEP, Biff D, Scherer MDA. Modelo assistencial em saúde: conceitos e desafios para a atenção básica brasileira. Ciênc Saúde Colet. 2015;20(6):1869–78. https://doi.org/10.1590/1413-81232015206.13272014

Hart JT. The inverse care law. Lancet. 1971;297:405–12.

Santos IS, Santos MAB, Borges DCL. Mix público-privado no sistema de saúde brasileiro: realidade e futuro do SUS. In: A saúde no Brasil em 2030 - prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro: estrutura do financiamento e do gasto setorial [online]. Rio de Janeiro: Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República; 2013. Vol. 4. https://doi.org/10.7476/9788581100180.0004

Downloads

Publicado

29-04-2025

Como Citar

SANTOS, Sophia Queiroz Marques dos; GALVÃO, Maria Helena Rodrigues; OLIVEIRA, Angelo Giuseppe Roncalli da Costa. INTER-RELAÇÃO DA POSSE DE PLANOS DE SAÚDE ODONTOLÓGICO PRIVADO E DA RENDA IMPACTANDO NA SITUAÇÃO DE SAÚDE BUCAL: UMA ANÁLISE DOS DADOS DA PNS 2019. Revista Ciência Plural, [S. l.], v. 11, n. 1, p. 1–18, 2025. DOI: 10.21680/2446-7286.2025v11n1ID37624. Disponível em: https://www.periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/37624. Acesso em: 13 dez. 2025.

Edição

v. 11 n. 1 (2025): Revista Ciência Plural

Seção

Artigos

Licença

Copyright (c) 2025 Revista Ciência Plural

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

À Revista Ciência Plural  ficam reservados os direitos autorais referente a todos os artigos publicados.