Horizonte e utopia

dominação cultural e desigualdade no acesso à educação no México

Resumo

Este artigo analisa os obstáculos estruturais e simbólicos que limitam o acesso dos jovens indígenas mexicanos ao ensino superior. Com base em uma abordagem sociológica e antropológica crítica, o texto apoia-se nos trabalhos de Rodolfo Stavenhagen e Pablo González Casanova sobre colonialismo interno; nas pesquisas de Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron sobre reprodução escolar e violência simbólica; bem como em Hannah Arendt, Paulo Freire e Boaventura de Sousa Santos para analisar as dimensões políticas, pedagógicas e epistêmicas da exclusão. O estudo mostra como a escola mexicana, herdeira de um projeto nacional homogeneizador, transforma desigualdades históricas em diferenças escolares legítimas e mantém uma lógica de assimilação cultural. Apesar de iniciativas como a criação das universidades interculturais, as políticas públicas permanecem insuficientes. O principal resultado analítico destaca que a inclusão exige uma refundação do sistema educacional, baseada nos princípios do etnodesenvolvimento e do diálogo intercultural, a fim de reconhecer plenamente os saberes e os direitos coletivos dos povos indígenas.